O momento em que o vento empurra o brinquedo para cima e o ar segura aquele corpo leve é mágico. Há uma sensação de que quem voa somos nós, e quanto mais linha soltamos um pouco mais de nossas amarras íntimas se deixam ir também.
Foi então que algo se revelou: observando a estabilidade da pipa a muitos metros de distância em direção ao céu, percebi que o encantamento sutil estava (e está) por trás de tudo aquilo! Além da brincadeira inocente está o infinito, o local onde podemos incessantemente acessar nossa natureza última e onde estão as respostas que esclarecem todas as nossas dúvidas.
Ali, extasiado com a pequena conquista, entendi porque as pessoas encantamo-nos com todo e qualquer movimento de colocar objetos no alto. Como um rio que procura o oceano, temos estado permanentemente buscando o céu. Precisamos apenas reconhecer.
Uma pipa, um balão, um aeromodelo ou até mesmo uma simples viagem de avião. Eis nossas tentativas de aproximação com o desconhecido sublime e com o divino. Mesmo caindo ou deixando cair, continuaremos tentando. Essa é a nossa natureza.
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