Nossas inteligências vagueiam soltas, nuas e construídas. O fluxo dos pensamentos invade a segurança daquilo que em alguns momentos chamamos de paz. O sonho entorpecido do dia maximiza-se à noite quando a mente, de fato, livre, interpõe-se ao desejo de algo ser.
Isso já deixou de se tornar o que nunca foi: agora uma distorcida realidade equivale a uma doce confusão. E até que ponto vamos?
O lugar deixou de ter importância no exato instante em que a caminho pareceu infinito. A parada mostrou-se inócua no indefectível segundo em que o espaço revelou-se amplo e viável.
Certa vez ouvi de um mestre de uma tradição remota de um pequeno país: "não há trigo que sobreviva ao pão, e não há pão que sobreviva". Durante muito tempo minha insípida inteligência produtiva questionou a realidade do objeto que não perpassa nossos olhos - ora, se não há trigo, nem pão... porém aos poucos foi e está aprendendo que pão, trigo e olhos são a mesma coisa e inexistem simultaneamente.
Aí ficou assim: sonho da realidade versus realidade do sonho. Nossos melhores métodos filosóficos e científicos vacilam e continuarão vacilando enquanto o assunto for o "nada".
Por isso mesmo, permanecerão ignorando o derradeiro valor do "tudo".
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